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É fruto da maneira como vejo o mundo. Aceitam-se discordâncias e divergências, sempre dentro de uma lógica de boas maneiras, claro!

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Friday, June 19, 2009

O calor, o Irão, a morte, o Benfica e a semana

Título curioso este. Tentei colocar nele tudo o que me vai na cabeça neste exacto momento. É claro que entretanto já pensei em 350 coisas, mas este é o Top 5 dos pensamentos da semana.

O calor. Porque já não dá para aguentar. Imaginem um gabinete num primeiro e último andar de uma espécie de pavilhão. Agora imaginem que esse pavilhão se situa bem à torreira sol durante todo o dia. Agora imaginem que não haviam ar condicionados no mundo. É aí que estou agora mesmo. É para ficar maluco? Não chega. Mas para fritar o cérebro é mais que suficiente. Uma nota breve: não sou daqueles que nestes momentos pensa 'ao menos se eu estivesse na praia...'. Não o faço porque acontece-me sempre uma coisa muito estranha. Quando estou em casa está um calor que não se pode. Mas quando chego à praia há sempre qualquer coisa de mau. Ou é o vento, ou a temperatura que baixou bruscamente, sei lá...qualquer coisa...por isso já desisti de querer estar na praia. Preferia estar fresquinho a trabalhar...

O Irão. Tenho a secreta esperança que os EUA tenham aprendido como se faz ou começa uma revolução num país muçulmano. É pelas faculdade senhores de Washington! Confesso que era daqueles países em que eu não imaginava ver isto acontecer. Boas notícias para o mundo ocidental. Enquanto tiver que lidar com estes 'energúmenos', o senhor Ahmadinejad vai estar demasiado ocupado para andar por aí a dizer os disparates que costuma atirar regularmente. Por outro lado, questões como o nuclear passarão certamente para segundo plano. E há ainda mais boas notícias: é que um dos países muçulmanos mais conservadores parece estar a querer sair desse conservadorismo. Vamos ver no que vai dar e como vai terminar esta questão...

A morte. Voltou a assolar a minha família. Vim hoje do funeral da avó da minha esposa. A morte é um grande aliado do cérebro. É das poucas coisas que nos obriga, de facto, a pensar. Pelo menos assim é comigo. Pergunto-me sempre se o que estou a fazer é um bom investimento ou pura perda de tempo. Porque, afinal, o nosso tempo por estas bandas é limitado.

O Benfica. Já tinha saudades desta ebulição. É o entra não entra, o fica não fica, o candidata não candidata. A minha definição de Benfica é a mesma do anúncio da Zon. Se eu era capaz de viver sem o Benfica? Era. Mas não seria a mesma coisa... Sem ouvir os disparates e pontapés na gramática do LFV (agora acompanhado à guitarra por Jorge Jesus), sem ver os terríveis falhanços do Nuno Gomes, sem ver o melhor marcador da equipa ficar no banco meia temporada, sem ver os lenços brancos, sem ver o joelho do Mantorras a bambolear...não seria a mesma coisa. Além de que o futebol português acabava. Ficávamos todos sem clube. Os benfiquistas ficavam sem clube para apoiar. Os anti-benfiquistas ficavam sem clube para odiarem, coisa que eles fazem melhor do que apoiarem os próprios clubes. Era uma maçada...

A semana. Ufa. Dura e comprida e dura e cansativa e dura e mais um par de botas (que bela expressão, não é?). Mas tão produtiva. É bom ver que chegamos cansados mas felizes e realizados ao fim de uma semana. É bom vermos que o nosso esforço afinal sempre tem alguns resultados. É bom vermos aquilo de que gostamos a avançar, a andar para a frente...é ou não é? Pois é exactamente assim que estou. Esgotado mas contente. Exausto mas realizado. Antes assim do que abatido e derrotado....

Posto isto, resta-me desejar um óptimo fim-de-semana, a vocês e a mim. See you monday!

Wednesday, June 17, 2009

Sócrates e a humildade, a humildade e Sócrates

Estranha a capa de ontem do Público. Estranha a reunião da Comissão Política do PS. Dizia ela que a palavra humildade entrou em definitivo no discurso do Primeiro-Ministro José Sócrates. Entrou? Mas já não devia estar no discurso desde que apareceu na vida política, e especialmente depois de ter sido eleito e nomeado Primeiro-Ministro?

Há aqui duas coisas a assinalar, todavia. Uma é a capacidade do povo português confundir firmeza com arrogância. Outra é a importância do que é, na realidade, a humildade.

Enquanto portugueses, temos tendência a confundir conceitos diferentes...firmeza é necessária e até vital na tomada de decisões importantes. É importante que, ao decidirmos algo de difícil e polémico, sejamos firmes na decisão que tomamos. A humildade não se mede na firmeza com que tomamos a decisão. Mede-se, isso sim, na forma como tomámos a decisão. Será que ouvimos outras pessoas? Será que chamámos ao processo quem, de facto, percebe daquilo que estamos a falar? Será que demos oportunidade a outros de pensarem pela sua própria cabeça e apresentarem soluções? Será que demos alternativas às pessoas ou oportunidade para rebaterem as nossas ideias? Isso sim é humildade. É perceber que não sabemos tudo e que precisamos de nos rodear de quem percebe e nos pode ajudar para tomar determinada decisão.

E que importância tem a humildade? Toda. O nosso mundo encheu-se nas últimas gerações de egos monstruosos. A crise financeira/económica/social adveio de uma tremenda falta de humildade e escrúpulos de pessoas que apenas quiseram o seu bem. A crise de valores advém do facto de o homem pensar que já sabe tudo acerca de tudo. Porque na palavra humildade cabem as palavras altruísmo, espírito e trabalho de equipa e bem alheio. Mas cabe também outra coisa...Evangelho... «Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus».

Eng. José Sócrates, aplaudo a sua inflexão de discurso, mais vale tarde que nunca. Mas lembre-se: a humildade não serve apenas para ganhar eleições...

Monday, June 15, 2009

Eu acredito!

Não, não se trata de um slogan farsola com o objectivo de levar a nossa selecção ao Campeonato do Mundo de Futebol em 2010. Também não se trata de uma qualquer frase da já mais que quente campanha para as Legislativas que aí vêm. Aliás não se trata de nada que não tenha a ver comigo e contigo. É o assumir da minha decisão pessoal: Eu acredito!

Eu sei que a época não está para grandes optimismos nem para grandes festejos. Sei que as coisas estão bem difíceis um por pouco por todo o lado. Mas, apesar disso, deixem-me dizer-vos que eu acredito! Não me importa qual é o governo ou o executivo camarário. Não me importa o que vem nas notícias nem tão pouco o que dizem os comentadores. Não me importa que esta seja a pior crise desde os anos 30. Eu acredito! Acredito que o que eu vejo agora não tem de prejudicar toda a minha noção de médio e longo prazo. Acredito que o que eu vejo agora não tem de me tornar pessimista para sempre e até à morte. Acredito que é possível mais e melhor e que esse mais e melhor depende de duas pessoas: eu e tu!

Recuso-me a não acreditar. Porque podem roubar-me a capacidade de falar, de me mover, de ver, de emitir a minha opinião, podem roubar-me o que quiserem. Mas nunca me farão refém daquilo em que acredito. E aquilo em que acredito é, graças a Deus, bem maior do que aquilo que eu vejo!

Tenham uma fantástica semana!

Monday, June 1, 2009

Perder é ganhar?

Venho de um fim-de-semana em que as coisas foram complicadas. No espaço de 2 dias perdi dois familiares, o que, como é óbvio, nos faz pensar na vida de forma mais crítica do que o usual. Afinal de contas, lidar com a sensação de que não voltaremos a ver alguém é das emoções com que maior dificuldade temos em lidar enquanto seres humanos.

Ontem foi o funeral de uma pessoa que me era (será que posso dizer que ainda é?) bastante querida: a minha avó materna. Quando era criança passei horas, dias, semanas e até meses na casa dos meus avós Marcolina e Manel Henriques. Devo-lhes tantas coisas. O meu avô partiu em 2003. A minha avô partiu na última sexta-feira. Mas há uma coisa que não parte. É que as lembranças que tenho deles são fantásticas. O meu avô, companheiro, que me levava para todo o lado, que, no meu quintal, fez centenas de remates que tentava defender o melhor que conseguia, que me enviava 'A Bola' todas as segundas-feiras para eu ver os resultados dos jogos do fim-de-semana, camarada de centenas de jogos de futebol, especialmente do nosso Benfica (foi ele que me introduziu a esta 'doença'), que agarrava em mim de manhã, me levava para a 'horta', onde, no caminho, fazia a paragem obrigatória no 'Nabiças' , onde me dava pacotes de amendoins e me dizia sempre que não dissesse nada à minha avó, até porque tinha acabado de comer uma pratada de Estrelitas ao pequeno-almoço. A minha avó, que me fazia sempre aquela carninha com batatas fritas aos cubos, que me levava ao parque mesmo tendo de se certificar que não estava mais ninguém nos baloiços (porque de outro modo, eu não andava neles...), que me fazia aquela 'Sopa de Entulho' deliciosa e a deitar por fora e que eu comia na sala porque queria ver televisão, que me comprava sempre uma caixinha de 'Carrossel' para eu comer ao jantar, e que me ia buscar ao infantário que estava por detrás de casa, isto porque eu chorava se a via passar.

No fim de contas, eu sei que perdi a presença física, mas que ganhei a memória de alguém a quem devo tantas coisas. Ganhei a memória do carinho das pequenas coisas, que só se apagará quando eu me apagar também. Ganhei o carinho com que sempre me lembrarei de ambos. Ganhei a certeza que um dia voltaremos a ver-nos. E essa é a melhor herança que me podiam ter deixado...e que eu agradeço do fundo do meu coração...